Origem do Jiu-Jitsu
A origem do Jiu-Jitsu se perde na noite dos tempos, acredita-se que no primeiro ataque ou defesa de um ser humano – onde estaria caracterizada – “A luta em si”.
Evidentemente o instinto de ataque e defesa está latente no homem. A
coordenação desta agressividade, sua estilização e o respeito às “Leis
da Natureza”, resultaram na criação das Artes Marciais, dando luz à uma
ciência e estudos fundamentados na eficiência destes. Das Artes
Marciais, o Jiu-Jitsu é uma das mais sutis, considerando que o estudo da
anatomia humana e seus pontos frágeis, o uso de alavancas, o princípio
da física e flexibilidade harmonizados com a mente, resultam numa das
mais requintadas artes. O Jiu-Jitsu tem como princípio básico utilizar o
mínimo de força. Para um bom resultado, aproveita-se a força e fraqueza
adversária. Selecione abaixo um país, para conhecer um pouco mais sobre
a história do Jiu-Jitsu.
Índia
Segundo os antigos e o conhecimento verbal, esta arte (Jiu-Jitsu), teria se iniciado na antiga Índia. Em especial pelos monges. Segundo os princípios religiosos os monges não podiam usar de agressividade e sim desvencilhar de um súbito ataque ou mesmo imobilizar o assaltante em suas peregrinações pelo mundo afora.
China
A China por sua vez caracterizou o Jiu-Jitsu como prática bélica,
pois esta civilização desenvolveu um grande número de estilos de artes
marciais. O Jiu-Jitsu era praticado com um kimono curto de mãos livres,
além da luta corporal, tinha grande importância no desarmamento.Sua
prática chega ao auge na época dos “Reinos Combatentes” e da unificação
da China por “Chin Shih Huang Ti”.
Japão
O Jiu-Jitsu chega ao Japão no séc. II depois de Cristo, vinda da
China. Muitas foram as correntes que transmitiram esta arte ao país do
“Sol Nascente”, existindo inclusive, inúmeras lendas nipônicas
relacionadas à criação desta arte marcial. A história registrada em
1.600, afirma que um monge chinês “Chen Gen Pin” teria ensinado a três
samurais, cada qual recebendo uma especialização, sendo a Atemi, baseada
em torções e projeções. E estas foram difundidas em todo o Japão, em
alguns casos se fundindo com outras escolas de Jiu-Jitsu. No Japão
feudal utilizaram-se inúmeros nomes relacionados ao Jiu-Jitsu, alguns se
divergindo em fundamentos técnicos, enquanto outros eram extremamente
semelhantes: Aikijitsu, Tai Jitsu, Yawara, Kempô, e mesmo o termo
Jiu-Jitsu se dividia entre estilos como: Kito Ryu, Shito Ryu, Tejin e
outros. É nesta época, onde a forte divisão da classe social japonesa
enaltecia a nobreza dos Samurais, que o Jiu-Jitsu se desenvolveu a
fundo. Os pequenos nipônicos aperfeiçoam a arte de lutar, podendo
decidir a vida ou a morte de um guerreiro em disputa. Era então o
Jiu-Jitsu, uma prática obrigatória aos jovens que futuramente seriam
“Samurais” ao lado da esgrima, literatura, pintura, cavalaria e outros.
Brasil
O Jiu-Jitsu chega ao Brasil junto com a imigração japonesa em 1908 –
pelo porto de Santos – com o navio Kasato-Maru. Nesta época os japoneses
foram atraídos pelas favoráveis condições de plantio e suposto
enriquecimento fácil (como pregavam anúncios no Japão com o intuito de
atrair imigrantes ao Brasil). Muitos
agricultores vieram, entre eles, muitos conhecedores, praticantes e até
mestres de Jiu-Jitsu. Os treinos eram reservados à Colônia. Somente em
1913 com a vinda de Mitsuyo Maeda. O “Conde Koma” é que esta arte se
torna conhecida no Brasil. Maeda percorreu o Brasil em inúmeros desafios
que que atraíam o público. Foi diversas vezes entrevistado pela revista
“O Cruzeiro” e outras do gênero. Para difundir ainda mais a arte,
escreve o livro “A Arte do Jyudo“ – Cultura Japonesa- (editora escolar
em 1925). É importante ressaltar que Maeda introduziu no Brasil o
Jiu-Jitsu e o Judô, pois “Koma” foi um dos mais renomados lutadores da
“KODOKAN”. Não existia na época uma distinção clara entre as duas lutas,
sendo assim, “Maeda praticamente ensinava o jiu-jitsu, pois o judô
permanecia num conjunto de regras esportivas – visando uma prática
mundial – segundo seu criador “Jigoro Kano”. Mitsuyo Maeda se instala em
Belém do Pará, abre uma academia e entre seus diversos alunos como:
Samuel Pinto, Antonio Ferro, Nilo Peçanha, La Rocke, Teixeira Lemos onde
se destaca o “pequeno” Carlos Gracie. Maeda falece em 1946, vítima de
uremia e no anonimato.
Carlos Gracie, que fora treinado por Mitsuo Maeda passa pôr Minas
Gerais e, em Belo Horizonte ministra algumas aulas num hotel da região.
Em seguida vem para São Paulo e no bairro das Perdizes monta uma
academia. Sem o sucesso desejado, se instala no Rio de Janeiro e na
Capital começa a ensinar, e também a seus irmãos: George, Gastão, Hélio e
Oswaldo. Hélio Gracie passa a ser o grande nome e difusor do Jiu-Jitsu.
Já instalado no Rio, forma inúmeros discípulos. George Gracie foi um
desbravador, viajou por todo o Brasil, no entanto, estimulou muito o
Jiu-Jitsu em São Paulo, tendo como alunos: Otávio de Almeida, Nahum
Rabay, Candoca, Osvaldo Carnivalle , Romeu Bertho e muitos outros.
Alguns continuam na ativa. No Rio de Janeiro mais especificadamente na
zona oeste, o mestre “Fada” foi notoriamente um dos baluartes do
Jiu-Jitsu, tendo grande número de formados. Enquanto isso, na mesma
época de Mitsuo Maeda, outros japoneses continuaram difundindo o
Jiu-Jitsu. “Geo Omori” por exemplo, aceitava desafios no picadeiro do
circo “queirolhos” e foi ele também quem fundou a primeira Academia do
Brasil, em São Paulo no Frontão do Braz na Rua Rangel Pestana , no ano
de 1925 ( Segundo o historiador Inezil Penna). Os irmãos Ono chegaram ao
Brasil na década de 30, tendo sido discípulos de um renomado mestre de
Jiu-Jitsu do Japão. Aqui no Brasil formaram muitos alunos, mas acabaram
por adotar a prática do judô. Takeo Yuano muito conceituado por sua
exímia técnica, viajou por todo o Brasil e ensinou Jiu-Jitsu em cidades
como São Paulo e outras, principalmente em Minas Gerais, onde lecionou e
até estimulou a criação da federação local.
Rio de Janeiro
Conhecida como a “Meca” do Jiu-Jitsu, por ter concentrado
praticamente toda a Família Gracie. Os grandes nomes da família Gracie
depois de Hélio foram: Carlson e Rolls Gracie. Atualmente Rickson Gracie
é reconhecido como o melhor lutador do mundo! A primeira organização do
Brasil foi a fundação da Federação Carioca, formada por Hélio e
continuada por Robson Gracie. Atualmente existem a Confederação
Brasileira e Mundial, comandadas por Carlos Gracie Júnior. Existem
inúmeros professores que não pertecem a família Gracie e executam
extraordinário trabalho, tais como: Equipe Nova União, Alliance, Dojô,
Bustamante na Zona Oeste e Norte, que apresentam inúmeras academias em
todo o Estado.
São Paulo
O Mestre Octávio, impulsiona o desenvolvimento local do Esporte,
criando junto à Federação Paulista de Pugilismo, o Departamento de
Jiu-Jitsu. Desta época até os anos 80, destacavam-se os seguintes
Professores: Pedro Hemetério, Oswaldo Carnivalle, Gastão Gracie, Nahum
Rabay, Orlando Saraiva, Romeu Bertho e Candoca. Com o falecimento do
Mestre Octávio em 1983, o Jiu-Jitsu paulista entra em franca decadência.
Em 1989 o Professor Moisés Muradi retoma os eventos com abrangência
Estadual, dinamizando novamente o esporte, e em dedicação e homenagem ao
antigo mestre Octávio, Moisés cria em 1991 a Federação Paulista de
Jiu-Jitsu, que alcança grande sucesso, sendo considerada na época como a
Segunda Potência depois do Rio de Janeiro. Em 1993 acaba o mandato de
Muradi, época em que o Jiu-Jitsu se tornou alvo da mídia e o lutador
Royce Gracie vencia um dos primeiros “Ultimate Fight”. Com a propaganda
explícita, muitos praticantes faixas pretas que nunca se preocuparam em
lecionar, passaram a dar aulas, devido ao “Pool” da Publicidade iniciada
por Royce. Entre as inúmeras equipes se destacam a Lótus / Equilíbrio
que foi consecutivamente Penta-Campeã Paulista (93, 94, 95, 96 e 97) 7a,
Cia. Athlética, Alliance, Saraiva, Gracie, e outras… Em 1997 tendo
propósitos e ideologia em prol do esporte, o Professor Moisés Muradi
juntamente com os professores Orlando Saraiva, Waldomiro Perez Jr., Raul
Vieira e Souza, Maximiliano Trombini, Rick Kowarick Givanildo Santana –
Eduardo leitão – Franco Penteado – Gilberto Cardoso – Edmilson Alves,
Nilson Liboni, Paulo Theodoro, e outros, decidiu fundar a FESP
(Federação do Estado de São Paulo de Brazilian Jiu-Jitsu)
Fonte: Blog Rocian Gracie
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